O Barquinho Cultural

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Obrigado, paulistas

Foram duas horas de deslocamento no trânsito caótico da cidade, mais de uma hora de espera em uma fila quilométrica, uma hora e quarenta de demora para o início do show, tudo isso sob uma chuva inclemente que, por sorte, deu trégua durante o espetáculo. Mas a epopeia valeu.

O show de Paul McCartney, nesta segunda-feira, 22/11, foi demais. Irretocável. Perfeito é a palavra.

Foi logo atacando de Magical Mystery Tour, do disco de mesmo nome, na fase psicodélica dos Beatles. O público veio abaixo. Marmanjos berrando a plenos pulmões. Garotos que nem eram projetos quando o quarteto se extinguiu estavam em profusão igualmente fascinados pelo artista.

Em seguida veio Jet, já da carreira solo, com o Wings. Delícia de música. Rocão. Aí vem All My Loving, do LP "With The Beatles", de 63. Eu em êxtase, os 64 mil ouvintes em coro. Letting Go é a próxima, do disco solo "Venus and Mars".

Mais Beatles, com a acelerada Got to Get You Into My Life, do excelente "Revolver", um de meus favoritos. Vem depois Highway, que eu não conheço, de um projeto eletrônico dele, Fireman, disco "Electric Arguments", de 2007. Let Me Roll, do "Band On The Run", disco ótimo, mantém o pique.

 The Long And Winding Road, de "Let It Be", abaixa a bola, com Macca mantendo o arranjo de cordas de Phil Spector, odiado por muitos, aqui sendo executado nos teclados.

1985, também de "Band On The Run", reacende a galera, seguida de Let'em In, uma canção muito gostosa do mesmo disco. My Love, feita em homenagem à primeira mulher, Linda, é momento romântico. Ele diz, em português, que a fez para sua gatinha Linda. Simpático.

Mais Beatles: I'm Looking Through You, de "Rubber Soul", início da fase psicodélica dos Fab Four, com sua capa enigmática. Aí vem Two Of Us, de "Let It Be", dueto com John, executada com maestria e para me deixar de cabelos em pé.

Blackbird, só ao violão, divino, uma das canções mais lindas dele. Na sequência, Here Today, homenagem ao amigo John Lennon; Bluebird, também do Wings; Dance Tonight, de 2007; e Mrs. Vanderbilt, ótima balada também do "Band".

Volta aos Beatles, com Eleanor Rigby, de "Revolver", arrasador. Depois vem a homenagem a George Harrison, com Something, inicialmente no ukelelê, instrumento havaiano de quatro cordas, depois com a entrada da banda em alta performance, igual à execução no excelente DVD "Concert for George", em que seus amigos lhe prestam homenagem.

Depois Sing The Changes, também do projeto "Fireman"; Band On The Run, com suas três partes distintas, de levantar defunto. Aí vem Ob-la-di Ob-la-da, do "White Album", canção simpática com um pianinho delicioso e oportunidade para a galera entoar o coro.

Mais cacetada, agora com outra do "White", Back In The USSR. Depois vem outra de minhas favoritas do "Let It Be", I've Got a Feeling, em que Paul rasga a voz e, incrível para um homem de 68 anos, não arranha.

Paperback Writer, com solo maravilhoso de guitarra, single de 1966. A Day In The Life, do fenomenal "Sgt. Pepper's", é simplesmente uma das músicas mais sensacionais que conheço; ele a emenda com Give Peace a Chance, manifesto pacifista de Lennon.

Let It Be, do álbum homônimo, é a próxima, sempre uma audição inesgotável. Aí vem o momento bombástico, com Live And Let Die, trilha de filme do 007, com direito a explosão de fogo no palco e show pirotécnico. Catarse absoluta, arrebatador, só se viam faces maravilhadas, a minha inclusive.

Hey Jude foi outro momento para a plateia, enfeitiçada, fazer coro no na-na-na-na. Neste ponto, ele se despede de mentirinha, porque vem o bis com Beatles direto na veia, sem dó: Day Triper, Lady Madonna e Get Back.

Mais uma despedida de mentira e o segundo bis, começando com Yesterday, uma das canções mais regravadas do mundo; Helter Skelter, um rock totalmente fora do padrão beatle, novamente mostrando que os anos parece que não passaram para ele; Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band, a segunda parte, e The End, com riffs de espantar. Aí foi o fim mesmo.

Um show memorável, com um Paul simpaticíssimo, arrasando no português, cantando e tocando muito. Para ficar na memória para sempre. Obrigado, Paul.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Filme leve para um sábado modorrento

Neste sábado, 20/11, assistimos Red - Aposentados e Perigosos, de Robert Schwentke, para não perder a viagem, uma vez que a opção inicial era ver Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos, de Woody Allen, mas a sessão já estava lotada quando lá chegamos. É um filme baseado em uma história em quadrinhos de mesmo nome sobre um ex-agente da CIA que se vê de repente caçado sem saber por qual motivo. O agente aposentado é Bruce Willis, que convoca para ajudá-lo os ex-colegas Morgam Freeman e John Malkovich, aos quais se junta uma atendente do serviço de previdência social, Mary-Louise Parker, e depois uma espiã anciã, Helen Mirren. Willis é caçado por um agente, Karl Urban, que não sabe por que está atrás dele. A trama é meio confusa, como em todos filmes do gênero que já assisti, mas é diversão boa, com muito tiro, muito suspense, perseguição, armadilhas, revelações surpreendentes e até humor, principalmente a cargo do sempre irretocável Malkovich. Após sofrer um atentado em casa, Willis vai atrás de saber por que motivo o perseguem e descobre que se tratam de ex-colegas seus de CIA, em uma operação tipicamente de queima de arquivo. O Red do título é a sigla para Retired Extremely Dangerous - ou aposentado extremamente perigoso, que é como o ex-agente interpretado por Willis é nomeado em seu dossiê. O desfecho não chega a ser surpreendente e o filme não passa mesmo de mera diversão, algo leve para um fim de semana de sol modorrento como foi este.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em busca da felicidade

Assisti ao novo filme do Arnaldo Jabor, A Suprema Felicidade, seu oitavo longa-metragem após quase 25 anos de ausência na direção. É um filme nostálgico, que relembra um Rio que não existe mais - aliás, bela reconstituição cênica - e emoções que ainda persistem. Eu não posso dizer que gostei, mas também não digo que detestei. Digamos que tolerei, principalmente pela excepcional atuação do grande Marco Nannini, sem falar de Emiliano Queiroz e o sempre bom João Miguel. Devo destacar ainda Elke Maravilha, com uma interpretação correta e longe da fanfarronice que a acompanha.

Meu senão ao filme é pelo fato de ele não dizer bem a que veio, eu realmente não consegui detectar qual a mensagem que Jabor quis passar. Seria a de que a felicidade não existe, o que corresponderia ao seu conhecido sarcasmo? Porque o título não se justifica nas cenas, protagonizadas pelo menino Paulo, apontado em três fases de sua vida: menino de 8 anos, adolescente e aos 19 anos. Por meio de sua vida, vão desfilando os demais personagens: seus pais, seus avós, amigos, padres do colégio, prostitutas...

O mote é a busca da felicidade, mas são poucos os momentos em que ela se manifesta. Creio eu que a ideia é esta mesma, a de que a felicidade, seja suprema ou não, é uma ilusão, como o carnaval que irrompe sem muita explicação. Aliás, essa cena remete também à nostalgia, de um tempo em que o carnaval era essencialmente na rua, coisa que os blocos de hoje parecem querer reviver. Mostra ainda uma Lapa romântica, com Noel Rosa dando o tom, cabarés feéricos e ruas azuladas habitadas por seres há muito extintos, como o comprador de jornais e revistas velhas (será que existiram?) e o pipoqueiro desbocado.

Um filme, sim, bonito, com lindas imagens desse Rio dos anos 40 a 60, mas a sensação ao sair da sala é a de que alguma coisa não está bem  explicada. E que o longa foi longo demais.

Simplesmente Beth - Na sexta, 12, fui ver Simplesmente eu, Clarice Lispector, peça escrita, interpretada e dirigida por Beth Goulart, simplesmente esplêndida em sua atuação, com uma caracterização leve e muita força dramática.

O texto baseia-se em obras, entrevistas, correspondências e depoimentos da escritora e traz suas reflexões sobre os mais variados assuntos, com palavras fortes, que causam bastante impacto. Eu nunca li nada dela, apenas vi o filme A Hora da Estrela, que me causou grande impacto (vi também uma montagem teatral dela), mas o espetáculo incita a vontade de mergulhar em sua obra, objetivo confessado por Beth - o de fazer as pessoas lerem, e não apenas livros de Clarice.

A peça tem uma carpintaria engenhosa, apesar do cenário espartano, mas com forte trabalho de luzes e sonoplastia, além de efeitos visuais em um telão. Beth interpreta a escritora e alguns dos personagens de seus livros e demonstra segurança de arrepiar na interpretação. A força está mesmo no texto, que mostra uma mulher questionadora e que busca o conhecimento e o autoconhecimento e, quem sabe, a felicidade.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cinco vezes Brasil

Fui nesta segunda-feira, 08, assistir ao filme Cinco Vezes Favela - Agora Por Nós Mesmos, composto de cinco episódos dirigidos por vários integrantes de comunidades no Rio de Janeiro, que participaram de oficinas ministradas por grandes diretores do cinema brasileiro, como Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Daniel Filho, Walter Salles, Fernando Meirelles, João Moreira Salles e outros. O filme, coordenado por Cacá Diegues e sua mulher Renata Magalhães, retoma a ideia de montagem de mesmo nome produzida em 1962 a partir de concepção de Cacá e Leon Hirszman, entre outros, e também com vários diretores, co-produzido pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. O filme, muito bom, por sinal, busca retratar o dia a dia nas favelas - hoje chamadas de comunidades - e os conflitos ali estabelecidos, principalmente entre os moradores, os traficantes e a polícia. Apesar de o tema estar presente em outras produções recentes, como Cidade de Deus, Tropa de Choque 1 e 2 e Era Uma Vez, este tem a diferença de ser realizado e encenado por moradores dessas comunidades (apesar de contar com atores profissionais também), mostrando seu olhar sobre a situação que vivem, de forma que o distanciamento crítico que o cinema se impõe às vezes neste fica prejudicado, uma vez que a abordagem é mais instrínseca. O interessante é que o maniqueísmo é deixado de lado e a realidade nua e crua é exposta sem grandes arroubos sociológicos, sem muita explicação. E o filme não aborda apenas a questão do tráfico e a violência policial, mostra a vida desse pessoal de uma maneira, se não romantizada, de forma realista e com alguma carga de poesia. Fonte de renda, dirigido por Manaira Carneiro, aborda a situação de um jovem que conseguiu passar no vestibular de Direito e, agora, precisa arcar com os gastos com livros, transporte e alimentação para realizar seu sonho. As dificuldades acabam por fazê-lo envolver-se com o tráfico. O episódio, longe de justificar o crime, expõe a tênue linha que separa essas duas realidades. Arroz com feijão, de Cacau Amaral e Rodrigo Felha, conta a história de um menino que quer dar de presente ao pai um frango no dia de seu aniversário, porque a família, às voltas com os gastos da construção de um quarto para ele, tem de comer apenas esse alimento, sem mais nada. O garoto sai, então, à luta de cinco reais para realizar seu desejo e encontra muita dificuldade para tal. E acaba cometendo um roubo, do qual se reabilita no final, mostrando que a ética e a honra não são uma questão de condição social. Concerto para violino, de Luciano Vidigal, retrata a amizade de três crianças que, ao crescer, tomam caminhos diferentes. Quando pequenos, os dois meninos e a menina fazem pacto de eterna amizade. Adultos, um cai no tráfico, a garota estuda violino e se prepara para uma bolsa de estudos na Europa e o terceiro se torna policial. A vida os faz reencontrarem-se em uma situação limite que terminará em um tragédia. É o mais denso de todos, em minha opinião. Deixa voar, de Cadu Barcellos, tem como pano de fundo a rixa entre facções nas favelas, mas sem se aprofundar. Coloca mais a questão da coragem em contraste com o medo e a superação dos percalços em nome da realização de um objetivo. Um rapaz deixa voar a pipa de um amigo, que vai cair na comunidade vizinha, onde os que moram do lado de cá não vão, e vice versa - cada lado acreditando que a incursão no outro lado é arriscado. Acontece que o amigo exige que ele vá buscar o brinquedo. Acende a luz, de Luciana Bezerra, é o único que não aborda nenhuma espécie de crime, mas lida com o medo que se tem de entrar em uma comunidade dessas. A falta de luz em uma comunidade na véspera do Natal leva funcionários da companhia de eletricidade ao local para o conserto. Uma primeira equipe vai embora sem resolver o problema de uma parte mais distante e de difícil acesso. Vem então outra equipe e um dos técnicos sobe ao local. Lá, a comunidade cai matando, exigindo que ele faça o serviço. Acontece que falta uma peça, e o colega que ficou no carro vai embora. O funcionário é feito refém ali até fazer a luz voltar. O interessante é ver os moradores rirem do medo do coitado, que imagina que está em um covil de traficantes. Enfim, é um filme de forte conteúdo social e que tem o grande mérito de lançar um olhar despretensioso sobre uma realidade que não é de toda conhecida.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Abaixo o preconceito

Circulou no Twitter e no Facebook logo após a vitória de Dilma posts de uma estudante de Direito chamada Mayara Petruso com ofensas ao povo nordestino, por causa da expressiva votação que a petista teve naquela região. É de lascar, viu. Na foto não dá para ver direito, mas quem se interessar pode visitar o blog de meu amigo Renato Rovai (http://www.blogdorovai.com.br/) que tem farto material, inclusive um vídeo com a "repercussão" dessa iniciativa ridícula.

Ela sugere, entre outras coisas, que se mate um nordestino afogado em favor de São Paulo. Temerário. Esse país realmente tem coisas que mostram que de evoluído e desenvolvido tem muito pouco. Eu adoro o Nordeste, tenho muitos amigos de lá, meu avô era baiano, tinha tio pernambucano, já namorei com nordestinas, os avós de minha filha eram baianos, amo músicas de gente de lá e a contribuição desse povo ao progresso paulista e de todo o Brasil é imensurável. O preconceito e a xenofobia são realmente pragas difíceis de exterminar, precisa-se de anos de boa formação educacional e cultural e de civilidade, que ainda não começou a ser efetivada, nem sei se haverá. De toda forma, fica aqui meu protesto e, acrescento, não basta ela pedir desculpas. Precisa meter-lhe um belo processo para ela deixar de ser besta. E se não quer engolir a Dilma na presidência, que se mande dessa terra. Não vai fazer falta.

DOIS FILMES - Assisti nesse fim de semana a dois filmes da 34ª Mostra Internacional de cinema, que rola até amanhã, 4, em São Paulo. Sábado, 30, vi Uma Família, de Pernille Fischer Christensen, um filme dinamarquês sobre uma família dona de uma padaria há três gerações, os Rheinwalds. O enredo é em volta da filha, Ditte, uma galerista que recebe um convite irrecusável de trabalho em Nova York. Só que ela está grávida e um filho pode inviabilizar o trabalho, já que terá de viajar muito. Então ela e o namorado, Petter, resolvem interromper a gravidez. Quando ela está se preparando para viajar, seu pai, Rikard, descobre que tem câncer no cérebro. Ela decide então - sem consultar o namorado - desistir do emprego para ficar ao lado do pai. O filme trabalha bem as emoções que se irrompem em momentos como esse. O pai é casado em segundas núpcias e há um momento de conflito com essa mulher, mãe de dois filhos com Rikard, que tem, além de Ditte, outra filha do primeiro casamento. O pai, percebendo que seu fim está próximo, quer que a filha assuma a padaria, coisa que ela não quer, pois tem sua carreira. Enfim, um filme delicado, sobre um assunto delicado. Não tem grandes viradas de mesa, apenas lida com o assunto como é cotidiano.

No domingo, assisti a Quebradeiras, documentário brasileiro de Evaldo Mocarzel. Um filme denominado etno-poético sobre mulheres que extraem amêndoas de coco de babaçu na região do Bico do Papagaio, na fronteira entre Maranhão, Tocantins e Pará. Mostra o dia a dia delas, o trabalho de quebrar o coco na floresta de babaçu, as casas em que moram, as cantorias durante o trabalho e nas festas religiosas, os banhos de rio. Um filme quase sem homens e crianças, focado nas quebradeiras mesmo. O interessante do filme é que ele é rodado inteiro com a câmera parada. Assim, o diretor liga a câmera num tripé e a cena acontece no quadro focado por ela. Se a pessoa está caminhando na floresta, aparece ela chegando, indo e sumindo. Aí corta para outra cena. Tem enquadramentos bem inusitados, com muitos closes, detalhes... E não há nenhum diálogo, nem narração. Os únicos sons que se ouve são a música, muito bem elaborada (de Thiago Cury e Marcus Siqueira) e adequada, e as cantorias, como, por exemplo, as que as quebradeiras entoam quando vão ao trabalho, quando quebram o coco (colocam-no em uma machadinha e quebram com um pau) e nas cerimônias religiosas.

É um filme realmente poético, sobre uma realidade que é pouco conhecida. Vi que há uma organização, chamada de Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, que luta contra a tentativa, de empresas estrangeiras que compram terras no Maranhão, de explorar essa força de trabalho de forma quase escrava. Acredito que esse filme seja integrante desse movimento, apesar de em nenhum momento ele colocar a questão. Mas a forma como mostra o trabalho delas, de forma totalmente livre, dá a entender que qualquer interferência capitalista sobre ele só pode ser maléfico. Um belo filme.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

É Dilma

Dilma Vana Rousseff foi eleita presidenta do Brasil com 55.752.092 votos (apurados 99,99%), ou 56% do total, conforme as pesquisas indicaram nos últimos dias de campanha. Eu votei nela nos dois turnos, apesar de concordar com muitos de que se trata de uma pessoa "fabricada" pelo PT, mais precisamente pelo Lula. Considero a nova presidenta uma grande gerente, uma mulher de operação, não de articulação, tarefa que com certeza ela vai delegar a um ou mais ministros. Mas será uma tarefa tranquila, posto que contará com uma boa maioria em suas bases na Câmara e no Senado. Acredito que ela tem condições reais de administrar, conduziu os dois ministérios para os quais foi delegada pelo presidente Lula com eficiência e tem um  perfil administrativo, de fazer as coisas andarem, que ajudará muito. Estou esperançoso de que o País será bem conduzido.