O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 20 de março de 2015

Ordep leva seu som à festa “Água de Meninos”

Festa 'Água de Meninos' começa hoje e prossegue em abril, maio e junho, no Centro Cultural Rio Verde (Divulgação)

“Água de Meninos chorou
Quem ficou foi a saudade
Da noiva dentro da moça
Vinda de Taperoá
Vestida de rendas,ô
Abre a roda pra passar.”

('Água de Meninos', de Capinam e Gilberto Gil)




Começa hoje, 20 de março, às 23h, com show de Ordep, a festa “Água de Meninos”,  um evento multicultural com apresentações musicais, teatrais e de dança e exposição de artes plásticas. O evento prossegue nos dias 9 de abril, 14 de maio e 11 de junho, sempre às 22h30, no Centro Cultural Rio Verde - Rua Belmiro Braga, 119, Pinheiros, tel: (11) 3459-5321, com ingressos a R$ 30.

Ordep é um músico e multiinstrumentista de Salvador, radicado em São Paulo desde 2006, que lançou recentemente seu primeiro disco solo, batizado com seu nome. Começou a aprender a tocar aos 11 anos, iniciando pelo bandolim. Integrou várias bandas da cena alternativa de Salvador, como Treblinka, Saci Tric, Cumbuca, Utopia e Orelha de Van Vogh.

Em 1998, foi um dos fundadores da banda Lampirônicos, de Salvador, uma das expoentes do que se convencionou chamar de afrobeat regional. Com a Lampirônicos, na qual tocava bateria, gravou dois CDs, “Que Luz é Essa” e “Toda Prece”.

O disco “Que Luz é Essa” projetou a banda mundialmente. A Lampirônicos concorreu na categoria “Revelação”, em 2002, ao prêmio Multishow de Música Brasileira. Participou de alguns festivais no exterior, como o Brazilian Summer, em Londres; Sfinks Festival, na Bélgica; o Festival Afro-Brasil, em Tübingen (Alemanha), e o Montreaux Jazz Festival, na Suíça.
Ordep : diversidade cultural e religiosa 

Depois da dissolução da Lampirônicos, Ordep atuou como instrumentista, tendo tocado com Elza Soares, Davi Moraes, Lucas Santana, Luiz Melodia, Baby do Brasil, entre outros. Juntou-se ao cantor e compositor Kiko Zambianchi, com quem excursionou pelo país. Atualmente, também integra e equipe da produtora musical Comando S.

O seu primeiro trabalho solo traz influências regionais e africanas, pitadas de punk rock, de música latina e de sonoridades afrobrasileiras, com um som mais pesado e muita guitarra e eletrônica. O álbum tem 12 faixas e conta com a participação de Kiko Zambianchi, Artur Ribeiro e dos rappers Rodrigo Tuchê e TiagoRedniggaz.

A festa “Água de Meninos” terá quatro horas de duração e participação especial de Serginho Rezende (instrumentista, compositor e produtor musical), dos rappers Rodrigo Tuchê & Grupo Motim, do DJ Ian Nunes, performance do Azenha de Teatro - calcada na poesia concreta e no teatro do absurdo - e o humorista Márcio Reiff como mestre de cerimônia.


Ordep canta e toca guitarra no show de hoje e estará acompanhado de Anderson Costa (bateria, backing vocal e programações), Adson Gaspar (contrabaixo) e RaphaelCoelho (percussão).



A maior feira ao ar livre do Brasil



O nome do show é uma referência à maior feira ao ar livre do país e que hoje se chama São Joaquim, em Salvador; muito conhecida por vender produtos de candomblé. “O espetáculo é também uma festa, uma manifestação artística, tendo meu show como atração principal, onde recebo convidados das mais diversas expressões”, comenta Ordep. “O cenário também reflete um pouco dessa diversidade cultural e religiosa do Brasil para receber com reverência um pouco da arte feita no Brasil”, finaliza.

Feira Água de Meninos na visão de Carybé

A Água de Meninos, a maior feira ao ar livre de Salvador, que existia desde os anos 30, foi incendiada em 1964, em circunstâncias nunca esclarecidas, mas, conforme depoimentos colhidos por Fabíola Aquino para o documentário “Água de Meninos – Feira do Cinema Novo”, de 2012, há suspeitas de ter sido obra da recém-instalada ditadura militar.

Além da letra de Capinam, musicada e cantada por Gilberto Gil em seu segundo LP, “Louvação”, o local foi cenário e tema de diversos filmes e documentários. Um dos filmes mais importantes tem a feira como palco para retratar as condições de vida de Salvador nos anos 60. “A Grande Feira” - foi dirigido pelo cinema-novista Roberto Pires em 1962, com produção executiva de Glauber Rocha.

Assista ao filme “A Grande Feira”, de Roberto Pires (1962)



Sobre a feira escreveu Vitor, no “Obvious”: “Água de Meninos era uma feira que reunia toda a produção do Recôncavo Baiano, que chegava a Salvador em pequenas embarcações, como saveiros; era um local habitado não só pelo comércio, mas pela vida cultural, pelo sincretismo e pela naturalidade das relações humanas. Ao lado da feira existia, por exemplo, o famoso areal que inspirou aquele de Jorge Amado e seus Capitães da Areia. Muitos anos antes, o local foi palco dos últimos minutos da Revolta Malé, a mais importante rebelião de escravos no Brasil. E dentro da feira, nada mais que o essencial para se entender o que é o espaço inconsciente do baiano, seja por aquilo que era vendido, seja pela forma como se vendia, seja pelos cantadores e cordelistas que rodeavam o local: confluência de vida em cultura e de cultura em vida.”

Confira um vídeo de Ordep – “Crer pra Ver”




Clique aqui para acessar o site oficial do artista

Ouça aqui o CD "Ordep" no Deezer



quinta-feira, 19 de março de 2015

Vinicius Lopps: A música que toca na alma


Formado em canto na Escola Técnica de Artes de São Paulo, Vinicius Lopps é mineiro de Curvelo, um apaixonado por música e principalmente pela arte. Um grande propagador da música popular brasileira contemporânea.
Mineiro, Vini escolheu SP para viver (foto: Priscila Visconti)

Começou a cantar ainda na infância, quando ganhou seu primeiro violão. Na adolescência, Vinicius se profissionalizou e foi realizar apresentações em festas escolares e nos intervalos das aulas. Além disso, foi neste período que o músico começou a pôr suas ideias no papel e compor suas próprias letras.

Iniciando a fase adulta, viajou a São Paulo de férias e percebeu que era naquela cidade que ele queria firmar sua carreira, sua música e sua vida. Então, pegou as malas e veio de mudança para a grande metrópole.

Ao chegar à capital paulista, Vinicius teve que ralar para conquistar seu espaço, foi estudar e tocar na noite.

Um artista independente que sempre lutou pelos seus objetivos. Tocando na noite paulistana, ele propaga seu som e trilha seu caminho, numa jornada tão árdua, mas prazerosa e exitosa.

Suas principais influências são bandas e artistas da nata do pop-rock nacional, como Charlie Brown Jr., Raimundos, Nenhum de Nós, Legião Urbana, entre outros.

Vinicius, com sua voz rouca e imponente, potencializa qualquer tipo de música que canta. Sempre buscando o novo, o músico nunca para de estudar e absorver conhecimento e cultura para sua vida pessoal e profissional.

Um músico que canta com a alma, e sempre visa o positivismo e a determinação de que a arte é maior que tudo, ultrapassa fronteiras e que nada pode barrá-la, pois, quando produzida com amor, chega diretamente ao coração dos mais sensíveis e verdadeiros. Sempre com criatividade e identidade própria, ele divide sua essência com os ouvintes mais seletos da música popular brasileira e internacional.

Ouça abaixo a canção “Rua”, uma composição do próprio Vini:




Para conhecer mais sobre o trabalho deste artista nato, acesse sua página oficial no Facebook ou assista a seus vídeos em seu canal no Youtube.

sábado, 14 de março de 2015

A música sem fronteiras da sergipana Héloa

Atriz, cantora, compositora, contadora de histórias (foto: Divulgação)
Essa bela morena de 26 anos, natural de Aracaju, está surpreendendo o Nordeste com seu primeiro trabalho, o EP “Solta”, lançado em 2013, e, quando esteve em terras bandeirantes, não passou despercebida. Sua música é igualmente surpreendente. Tem lá uma sonoridade contemporânea, guitarras potentes, uma eletrônica bem colocada, mas, de repente, a música pega um atalho e nos remete a uns tempos que ficaram registrados na memória de quem tem uns anos a mais que ela.

Ouço um órgão típico do rock setentão, aí entra uma guitarra com efeitos que os chamados bregas adoravam... Um trompete irrequieto. Outra mudança de caminho e lá estão ritmos latinos, jamaicanos, entram coisas do Norte, carimbó, sonoridades diversas que são harmonizadas perfeitamente, sem soar como aquelas misturebas sem noção que muitos fazem para parecer ecléticos. Aí você ouve a voz...

A voz de Héloa merece um parágrafo à parte. Afinadíssima, quente, sem arroubos de virtuosismo. Mas com alcances perfeitos. Ela navega com tranquilidade nos momentos de romantismo, quando se exige aquela tonalidade mais intimista; mas arrebenta nos lances mais agitados, sem perder a pose nem o fôlego. Uma menina que leva um forró tão na boa quanto o mais doido rock.

As letras das músicas de seu EP parecem um recado a... quem sabe... Ela diz que suas composições se inspiraram em fatos de sua vida, em amores e desamores. Mas se há bronca, ela é feita com delicadeza, com aquele tom de “quem perdeu foi você, playboy”. Justo. A fila vai andar, como diz em “Sai deste corpo” (que tem a participação de sua ídola Andrea Dias), que termina com umas risadas que, acredito, o infeliz que se identificar com a canção terá muita unha para roer.

“Entra na dividida” me lembra aquelas músicas de Diana, Nalva Aguiar, aquele orgãozinho tão típico da época, mas mesclado com uma guitarra distorcida modernosa. Palmas... Um luxo. Aí vem a frase falada em timbre de radinho de pilha. Pobre do cara. Nunca mais unir as meias.

“Nós dois” é um diálogo de um casal, também em rádio, na certa remetendo às radionovelas, das quais ela é fã – apesar de ter nascido muitos anos depois de essa modalidade de entretenimento sair do ar.

“Solta” começa com uma voz que lembra um pouco Vanessa da Mata, mas na segunda parte entra outra modalidade, mais ácida, na onda da letra. Que desamores essa menina andou vivendo? Solta porque ninguém a segura. “Me deixou? Agora segura... Não quero mais voltar... Ainda bem que foi assim”. Não tem como não se apaixonar...

Héloa Rocha é filha do músico e folclorista Jorge Ducci, que a incentivou a estudar canto aos 14
Héloa faz teatro desde os 17 anos (foto: Divulgação)
anos, mas acabou se formando em Artes Visuais e se dedicou ao teatro. Mas a música a chamou de volta e desde 2009 vem trilhando seu caminho, perseguindo uma linguagem própria. Apresentou-se no ano passado, com ótima  repercussão, na 13ª edição da Feira da Música de Fortaleza, um evento que busca dar visibilidade e viabilidade à cadeia musical do Brasil.

Atualmente, além de cantar, leva uma oficina de teatro para treinar a desinibição e melhorar a performance de quem tem que lidar com o público e ainda faz um trabalho de contação de histórias para crianças.

Nesta semana, seguia em turnê de dez dias por cinco cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, em evento que faz parte do Circuito Cultural Banco do Nordeste e do projeto Arte Retirante, que leva shows de artistas nacionais para cidades do sertão nordestino.

No segundo semestre deste ano, entra com tudo na produção de seu CD. E, notícia das mais alvissareiras: fará a produção aqui em São Paulo, e com a promessa de nos brindar com algumas apresentações.

Na sexta-feira 13, depois de contar histórias a crianças em Sousa, na Paraíba, Héloa concedeu, por telefone, uma entrevista ao Blog por Bloga. Seguem trechos desse bate-papo:

Bloga: Conte um pouco sobre você, sua formação, sua vida...

Héloa: Sou formada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Sergipe e trabalho com teatro já há 13 anos, e tenho o trabalho paralelo em música, um trabalho autoral. Lancei o EP “Solta” em 2012 e estamos circulando. Já estivemos em São Paulo, pelo Nordeste, e no segundo semestre deste ano vamos parar para gravar o disco. Ao lado disso tenho esse trabalho com crianças, de contação de histórias, e tenho também um trabalho de oficinas de teatro, no qual trabalho com crianças e adultos, que é o Teatro Funcional, que trabalha a postura, um pouco de psicologia. Mas a música é o que tenho focado mais nesses últimos tempos, e tento conciliar com as outras atividades.
EP "Solta" é de 2012 (foto: Reprodução)


Bloga: Você tem formação em teatro. Como acabou entrando no meio musical, como cantora e compositora? Quem é seu pai?

Héloa - Meu pai é músico, Jorge Ducci, tem o projeto Sulanca, em Sergipe, que é uma banda que trabalha com o folclore sergipano, e minha formação tem muito a ver com ele. Comecei a estudar canto por influência dele, aos 14 anos, e também por conta de minha mãe, minha avó, todos muito ligados à música, todos lá em casa gostam muito de cantar, então a minha formação foi muito dentro de minha casa.

Bloga - O que você ouvia em sua infância, juventude?

Héloa - Ouvia muito Dalva de Oliveira, as cantoras do rádio com minha avó, sempre gostei muito de MPB, ouvia muito rock dos anos 70, e também outros ritmos regionais, porque sempre viajei muito com meu pai em seu trabalho com o folclore, além dos ritmos africanos, porque minha mãe é ialorixá, é do candomblé há mais de 15 anos, e os ritmos afro também influenciaram muito nosso projeto. Então é basicamente este mistura de ritmos regionais com os universais e faz essa referência do antigo, a garotada da década de 60 e também da década de 20, fazemos a referência das radionovelas.  No CD a gente talvez vá em outra vertente, explorar mais o amadurecimento que veio de nossa caminhada, mas dando continuidade ao que a gente já fez até agora.

Bloga - Você disse que ouve muito as novas cantoras. Quem você admira delas?

Héloa - Eu ouço muito, admiro muito a Andreia Dias. Quando comecei, eu a ouvia muito, e foi uma das primeiras cantoras com quem fiz amizade, foi uma grande inspiração para mim. A gente se conheceu, ela fez um show comigo em Aracaju. Gosto também da Céu, da Tulipa Ruiz, e essa nova MPB é uma das grandes influências para mim. E tenho trocado bastante figurinhas com elas e com os novos cantores e esses contatos todos servem de inspiração para o nosso trabalho.  

Bloga - Como é a cena musical em Sergipe, no Nordeste: há um público cativo para as novas experiências? Há espaços que valorizam, chamam para tocar?


Héloa - Nessa Feira da Música, que é um evento grande em Fortaleza, que foi agora em novembro, fomos selecionados por edital, foi um show bem bacana. Esta é a primeira vez que a gente faz uma turnê pelo Nordeste. Já fomos para São Paulo, logo depois de lançar o EP, e agora estamos nessa turnê no Nordeste. Acho que o cenário musical do Nordeste é bem rico, particularmente em Sergipe temos muitos artistas que já estão no cenário nacional, como a Coutto Orquestra, a The Baggios, que se apresentaram no projeto Prata da Casa , do Sesc Pompeia, e a gente está sempre em contato. Particularmente eu acho que, apesar de Sergipe ser o menor estado do Brasil, proporcionalmente tem uma gama de artistas interessante. E são bandas que fazem muita mistura. A Coutto mistura muitos ritmos sergipanos, a The Baggios, por exemplo, trabalha algumas histórias do interior do estado, e servem de inspiração. Em meu trabalho eu também trago isso, eu trago referências religiosas, como as festas de Santo Antônio, e percebo que nessa turnê pelo Nordeste as pessoas se identificam muito com esse tipo de acontecimento. E também há coisas que a gente traz e as pessoas vão ver por curiosidade, acabam conhecendo as novidades, o que é muito interessante fazer essa troca de culturas

Bloga - Qual é a ideia por trás de toda essa mistura dos ritmos tradicionais com os novos, tem bossa nova também, rock...

Héloa - A gente costuma dizer que é uma música sem fronteiras. Eu busco construir muito em cima de minha experiência de vida, do meu teatro, de minha família, essas referências são muito ligadas à minha construção pessoal, não é à toa que é um disco autobiográfico, que reflete histórias que eu vivi, problemas de amores, coisas que passaram na minha construção. Então esse primeiro EP é baseado muito na minha construção pessoal e mostra um pouco quem é Héloa. O CD já virá com todo esse amadurecimento, trará as vivências das turnês que a gente fez, já vem com outra cara. A gente busca não rotular nosso trabalho. No show a gente leva um repertório todo autoral, de 15 canções, outras que não estão no EP. A gente trabalha com muitos ritmos, como o forró, que é uma referência muito grande, e a gente mistura o forró com o reggae.

Com a nova banda, começa a gravar em agosto o 1º CD (foto: Divulgação) 

Bloga - E sua banda: quem são, o que cada um toca? É sua banda de apoio ou sua banda mesmo?

Héloa - Estamos juntos desde o ano passado, e é uma banda com quem tenho realmente me firmado, são cinco pessoas comigo, a formação é baixo, guitarra, bateria e teclados. Vinicius Bigjohn, que é o produtor e toca sanfona e teclados; Alexandre Marreta, na guitarra; Rodrigo Antônio, na bateria, e Iolanda Cristina, no baixo. É uma formação pequena para poder viajar e a gente usa um pouco de samplers, umas bases eletrônicas nos shows. Mas as canções nos shows a gente já mudou algumas coisas, fazemos releituras de nossas próprias músicas.

Bloga - Seu figurino é você que desenha? Qual é a inspiração para sua roupa, os adereços? Tem uma coisa bem folclórica, remete até a espiritualidade...

Héloa - Esse figurino a gente usou mais no lançamento do EP, no show. E a ideia era justamente me deixar mais solta e a cor branca é porque no show a gente fazia umas projeções, que tem a ver com a capa do disco, que também foi feita com projeções. O artista visual Bruno Sousa, que fez a capa, ouviu cada canção e a cada uma ele fez um mosaico de figuras, e essas figuras, essas montagens, foram projetadas no meu corpo, e aí o fotógrafo Arthur Soares registrou as imagens e foi para o encarte do disco. E a foto da capa, com turbante, flores, aqueles elementos todos, foi justamente para representar essa mistura, as referências que a gente tem no Nordeste, então eu quis trazer isso para a minha cabeça, e acaba também fazendo essa referência religiosa, e é também misturada, em algum momento remete ao candomblé, aos orixás, em outros a Santo Antônio, algo da mística católica, então não tem a ver com uma religião específica.

Espetáculo também visual (Foto: Melissa Warwick)

Bloga - Você já se apresentou em São Paulo, cantou com Otto, como foi aqui, como você sentiu a receptividade aqui na cidade?


Héloa - Essa apresentação com Otto foi muito através de nossos contatos, eu apresentei meu disco a ele e aí calhou de eu estar indo para São Paulo e ele me convidou para fazer uma participação em seu show, que para mim foi uma honra muito grande, porque eu sou fã de Otto desde criança, meu pai sempre ouvia muito ele, e ele sempre foi uma grande inspiração para mim. Então foi incrível essa participação, começamos uma amizade, a gente conversa. E a repercussão e a receptividade lá no show foram muito bacana, o público vibrou muito com essa coisa de ele estar abraçando mais uma artista do Nordeste, que ele e nós gostamos tanto. E foi ótimo também pelos contatos que fizemos aí, com a Tulipa, o Gustavo Ruiz, irmão dela, a gente tem conversado, falado sobre projetos, sobre produção, pois ele é um grande produtor. E fizemos uns shows em São Paulo, foi bem legal, tive a oportunidade de conhecer de perto alguns ícones, como o Carlos Miranda (produtor musical), uma pessoa que me acrescentou muito, o Gui Amabis, que me deu umas dicas para o trabalho, para o CD, que eu quero começar a produção no segundo semestre. Então esse primeiro momento em São Paulo foi muito bacana, para inclusive estreitar esses contatos, que são muito importantes para a gente, e agora no segundo semestre estou indo para aí, passar uma temporada para agilizar a produção do CD e fazer alguns shows também. No EP teve muita coisa autoral, e no CD já quero mesclar, colocar composições de Otto, de outros compositores de que eu gosto bastante, então vai ser um disco autoral, mas não só com músicas minhas, vamos também fazer algumas releituras.

Abaixo, alguns videoclipes da Héloa:


Com Otto, no Festival Cultura Livre de São Paulo




"Barquinho", faixa do EP "Solta"




Ouça o EP "Solta" no SoundCloud:




Acesse aqui o site oficial de Héloa:

Veja mais vídeos em seu canal no Youtube.


quinta-feira, 12 de março de 2015

Nayara Camarozano traz a meiguice somada à bravura de uma voz imponente


A voz mezzo soprano impressiona (fotos: Divulgação)
Sua voz mezzo soprano é imponente e suave ao mesmo tempo. Nayara Camarozano começou a cantar ainda na infância, aos cinco anos de idade, e,  assim que aprendeu a escrever, sempre gostou de expressar suas ideias e sentimentos em canções. Foi então que, além de cantora, ela também se tornou uma compositora.

A aparência meiga e angelical traz uma personalidade irreverente quando a cantora começa a cantar, mostrando toda a garra e determinação de uma voz estrondosamente cativante e marcante, com um timbre forte e grave. Impossível não ouvi-la e tocar o fundo da alma.

Como havia dito acima, Nayara transcreve suas ideias e emoção no papel, e, sempre muito exigente e profissional, ela canta sentindo o momento, identificando-se com a situação e com a música, tornando-as uma única harmonia.

Nayara tem influências de diversos estilos, do pop ao rock, passando pelo metal. Uma de suas musas inspiradoras é cantora Tarja Turner, seguida por Sarah Brightman, Lorenna McKennitt e Sharon den Adel (Within Temptation).

Muito determinada, a jovem cantora busca conquistar novos ouvidos com sua música. Buscando seu espaço, ela utiliza-se da rede mundial de computadores para promover seu trabalho, para que as portas possam se abrir e, assim, conquistar o mercado musical.

Além do mais, ela almeja gravar seu primeiro compacto em breve, com canções inéditas e

autorais, e muito romantismo e emoção, algo determinante na música de Nayara Camarozano, apresentando algo novo e contemporâneo.

Ouça abaixo Nayara cantando “In and Out of Love”, canção de Armin van Buuren com Sharon den Adel:




Para conhecer mais sobre o trabalho de Nayara Camarozano, acesse sua fanpage oficial no Facebook, ou então assista aos vídeos em seu canal no Youtube e ouça suas gravações no SoundCloud:

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terça-feira, 10 de março de 2015

Yannick interpreta a rotina paulistana em forma de melodia cotidiana

Por Patrícia Visconti, de O Barquinho Cultural


Rapper está produzindo seu 1º compacto (foto: Arquivo Pessoal)
Paulistano do centro, vive a música desde que abre os olhos até a hora de dormir, além de compor e instrumentar suas canções. Faz as rimas com precisão e atenção, não se esquecendo da emoção.

Canta o amor, a rotina e o cotidiano de uma grande cidade como São Paulo, suas idas e vindas são temas para escrever e pensar em um mundo novo e melhor para se viver. Esse é o paulistano e “augustense” – porque é muito fácil o encontrar pelas ruas e travessas da Rua Augusta - de coração.

Um artista que vive pela arte, tanto que, baseado nesse amor, ele criou o festival OBRIGAAAH, abrigando não apenas a música, mas também as artes plásticas, artesanato, danças, grafite e tudo que abrange a arte contemporânea e de rua. Não olhando de onde vem, mas sim para onde vai, ou seja, para os amantes do conhecimento artístico.

Yannick atualmente está em produção de seu primeiro compacto. Compondo e produzindo canções e rimas, ele promete um álbum atual, contemporâneo e impactante, mostrando uma nova faceta do rap nacional, trazendo a rotina da periferia somada às idas e vindas dos grandes centros.

Recentemente, o rapper mostrou um pouco de seu trabalho na plataforma musical ShowlivreBUZZ, destacando-se dentre tantos outros artistas que lá já se apresentaram

Confira abaixo o single “Me Chame de Yannick”, produzido por Batidas Paks, onde rapper apresenta sua verdadeira essência:




Para conhecer mais sobre Yannick, acesse seu Facebook oficial ou então ouça seus singles no SoundCloud do artista.



sábado, 7 de março de 2015

LP Massacre, do Made in Brazil, vetado em 77 pela ditadura, volta em versão original

LP teve 9 de suas 16 faixas proibidas ainda na pré-produção
1967. Da Inglaterra, os Beatles sacudiram o mundo e causaram perplexidade com o lançamento do álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Na Bolívia, o revolucionário argentino-cubano Ernesto “Che” Guevara é executado por ordem dos serviços secretos norte-americanos. O colombiano Gabriel García Márquez chegava ao paroxismo do “realismo mágico” com seu “Cem Anos de Solidão”. O médico sul-africano Christian Barnard realiza o primeiro transplante de coração do mundo. Em São Francisco, começam a pipocar os “hippies”.

No Brasil, o 3º Festival de Música Popular Brasileira fazia o público conhecer o rompimento estético e a antropofagia de Caetano e Gil, com “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”, respectivamente, ao lado da metafórica “Roda Viva”, de Chico, e a vencedora, a guerreira “Ponteio”, de Edu Lobo e Capinam.

No teatro, o grupo Oficina resgatava um velho texto do modernista Oswald de Andrade, “O Rei da Vela”, e fazia uma montagem alucinante. Glauber Rocha botava nas telas “Terra em Transe”, desafiando o regime militar, que publicara, poucos meses antes, uma Constituição que engessaria muito mais as liberdades no país.

Nesse cenário de muitas novidades, mudanças comportamentais impondo-se, e ainda um clima muito pesado no Brasil, uns garotos do bairro de Pompeia, na zona oeste da capital paulista, resolvem se juntar para tocar rock and roll. Oswaldo e Celso Vecchione e amigos de escola criam o Made in Brazil.

Mais que uma banda, um coletivo (conceito que hoje em dia faz muito sentido), uma vez que, segundo os pioneiros criadores, já teve mais de 190 formações diferentes e, por ela, tocaram mais de 110 músicos. E, conforme eles próprios, passou por todos os modismos ditados pelo mercado sem nunca se vergar a ele e sem se afastar do rock.

O performático Cornélius Lúcifer (foto: Flavia Lobo) 
No começo faziam covers do rock mundial, até que, por volta de 1973, passam a cantar e compor letras em português e lançam, no ano seguinte, o primeiro LP, com o mesmo nome do grupo, e saem em turnê pelo Brasil. O vocalista era o carismático Cornélius Lúcifer, morto em julho de 2013. O grupo reivindica o pioneirismo em usar no corpo maquiagem artística em shows, antes do Kiss e do Secos & Molhados.
Grupo se orgulha de se manter rock e não se vergar ao mercado 

Em 1977, são surpreendidos com a censura ao disco que estavam gravando, “Massacre”, o terceiro da carreira. Conta a banda que, ainda nas gravações de pré-produção do estúdio B da RCA Victor, a censura do regime militar proibia nove de suas dezesseis faixas. As gravações são suspensas e o disco não saiu.

O show baseado nas músicas do disco também teve problemas. Na estreia, no Teatro Aquarius, no bairro do Bixiga, a polícia federal e o Dops – o Departamento de Ordem Política e Social, a polícia política do regime -, fecharam a rua e interditaram o teatro, confiscaram o equipamento da banda e ela só conseguiu realizar as apresentações depois de fazer várias alterações no roteiro e no repertório, inclusive o tanque de guerra, símbolo do disco, foi suprimido.

Em sua declarada 196ª formação, banda de rock com mais tempo de atividade no país
O disco só seria lançado, em CD, em 2005, após serem localizadas as fitas originais de 1977. Mas a versão original, em vinil, foi produzida no final do ano passado e será lançada oficialmente neste sábado, 7 de março, com um show-festa no Gillan´s Inn Rock Bar - Rua Marques de Itu, 284, Vila Buarque. O Made fará duas entradas de 50 minutos, a primeira às 23h, com ingressos a R$ 30.

O vinil “Massacre”, produzido pela Mafer Records, tem tiragem limitada de 300 cópias, ou seja, para colecionadores e fãs. Depois de quase ser morto pelo CD e este pelo MP3, o vinil retorna aos toca-discos, em edições caprichadas em com uma qualidade bem superior, com 180 gramas de peso. O preço, porém, é ainda bem salgado, pela escala reduzida de produção.

Além do lançamento do "Massacre" original, ainda no primeiro semestre será lançado o documentário "Made in Brazil, o Filme", do cineasta paranaense Egler Cordeiro.  E a banda, agora em sua 196ª formação, segue em turnês, consolidando-se como o grupo de rock & blues com mais tempo de atividade do Brasil.

Os participantes da gravação original foram:

Vocal: Percy Weiss, Roberto Gourgel “Juba”, Rubens Nardo “Rubão” e  Oswaldo “Rock” Vecchione 
Baixo & violão: Oswaldo “Rock” Vecchione, Tony Babalu
Guitarras: Tony Babalu, Oswaldo “Rock” Vecchione, Celso “Kim” Vecchione
Guitarra solo: Eduardo Depose, Wander Taffo, Dudu Chermont
Bateria: Beto Gavioto, Franklin Paolillo, Roberto Gourgel “Juba”
Flauta - Tony Osanah
Teclados: Rubens Diniz “Rubinho”

No show, a formação é esta:

Oswaldo “Rock” Vecchione: vocal, baixo, guitarra, violão e gaita
Celso “Kim” Vecchione: guitarra, violão, baixo, teclado e back vocals
Octavio Lopez Garcia “Bangla”: sax
Rick “Monstrinho” Vecchione: bateria
Guilherme “Ziggy” Mendonça: guitarra, violão
Tiago T. Fernandes, o “Mineiro”: teclados
Ivani “Janis” Venancio: backing vocals
Participações especiais
João Bosco Ferreira - bateria (1994,95)
Roberta “Rock’N’Roll” Abreu  -  backing vocals (desde 2009)


 Alguns vídeos:




(Fonte das informações: assessoria de imprensa, site oficial, Oswaldo e algo da vida vivida)

sexta-feira, 6 de março de 2015

Para entender o colorido rock brazuca dos anos 80

Testemunha e protagonista de uma época

Os anos 1980 foram um barato para quem era jovem à época e gostava de música jovem. A barra ainda era pesada – o fim da ditadura só veio em 1985, mas o presidente ainda foi eleito indiretamente, e nem tomou posse: o mineiro Tancredo Neves, avô daquele aí, morreu antes de pegar a faixa presidencial do general Figueiredo (aquele que preferia o cheiro de estábulo ao do povo).

Contextualizando, para quem não viveu aquela época (vou relatando de memória, que pode falhar, mas é melhor que recorrer aos livros – ou ao Wiki – para falar sobre um período que eu testemunhei, né?): o Brasil musical vinha de um período de entressafra; os grandes nomes da MPB ou estavam lá fora, exilados ou autoexilados, ou aqui enfrentavam a tesoura da censura.

O bom rock dos anos 70 era meio marginal (no sentido de não figurar na mídia), e nas rádios e TVs o que se escutava eram grupos brasileiros cantando em inglês e as breguices de sempre; novos nomes do Nordeste apareciam em festivais de música promovidos pelas TVs, que não tiveram a importância daqueles da Record dos anos 1960, mas revelaram gente boa que está aí até agora. Tínhamos Raul, Mutantes (sem Rita), rock rural, progressivo, algum projeto de punk, um metal resistente, enfim, uma cena que buscava quebrar a grossa mordaça imposta pelos militares à criação.

Aí, nos 1980, na onda dos gritos pela democratização que começaram a pipocar, que culminaram – mas não terminaram ali – com o movimento pelas Diretas Já, eis que começam a surgir de toda a parte bandas de rock que vinham com uma linguagem nova, com influências variadas, nutridas pelas novidades que apareciam na Inglaterra, nos EUA, na Jamaica e pelo mundo afora.

Vinham com uma postura que, se não se podia chamar de revolucionária ou militante, ao menos trazia um comportamento rebelde, moderno, para acabar com a caretice chata que os anos duros impuseram à sociedade. Vieram de todos os cantos, mesmo: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Salvador, Brasília e até de Belo Horizonte. E os estilos também foram os mais variados: do nascente new wave ao hard rock mais cru, passando pelo punk rock, heavy metal e outros sem classificação visível.

A sensação era de que o importante era se divertir: nada de música de protesto, de levantar bandeira, seguir passeata. Os nascidos no período da distensão lenta, gradual e segura, iniciada com Geisel em 1974, não pareciam querer embarcar na onda da luta contra o regime e a cultura pop vinha com tudo na onda da globalização. Programas de TV, cinema, videogames, as discotecas, a soul music brazuca, fanzines, um certo comportamento libertário herdado dos hippies e também dos movimentos estudantis e uma sociedade de consumo que os anos de chumbo conseguiram assentar em nossas terras.

É nesse caldo de cultura que surge a música jovem dos anos 1980. E um, entre muitos outros caras, captava todo esse momento e irradiava pelos meios de que dispunha – em gravadoras de discos, no rádio, na TV, em jornais, revistas, e bandas – o universo que se espalhava pelo Brasil e pelo mundo.
Antonio Carlos Senefonte, o Kid Vinil, funcionava como uma antena parabólica, absorvendo o máximo que pudesse do que se criava pelo mundo, e percebia como essa nova onda irradiava aqui e levava garotos imberbes e garotas ainda adolescentes a empunharem instrumentos e saírem tocando nas garagens, porões, clubes e onde mais fosse possível.

O que Kid Vinil viu, ouviu, viveu e passou para frente agora pode ser conferido no livro que o jornalista Ricardo Gozzi e o músico Duca Belintani escreveram: "Kid Vinil, Um Herói do Brasil – Biografia Autorizada" (Edições Ideal, 160 páginas, R$ 39,90), será bem-sucedido se conseguiu retratar o turbilhão que foi aquele período, fundamental para o que se fez depois – tanto que nas baladas de hoje não raro há o momento retrô, em que DJs (como o próprio Vinil o é) botam pra rodar hits oitentistas. E muitas dessas bandas ainda estão na ativa.

O livro está em pré-venda pelo site Ideal Shop, e vem junto com o 60º aniversário do Kid, a completar dia 10 de março. O background dos autores: Gozzi é autor de uma biografia dos 18 anos dos hilários Velhas Virgens e de um livro sobre a Democracia Corintiana, escrito junto com  ex-jogador Sócrates, e coeditor do site Roque Reverso; Belantini foi guitarrista de Vinil – e quem teve a ideia de fazer o livro.

Enquanto isso, vamos relembrar algumas das bandas formadas por Kid Vinil e músicas que chegaram a alcançar sucesso nos programas de auditório e até entrar na abertura de uma novela da Globo (“A Gata Comeu”, de Ivani Ribeiro, direção geral de Herval Rossano, exibida de abril a outubro de 1985 às 18h, com a música “Comeu”, de Caetano Veloso):

Verminose: misto de punk rock e rockabilly, formada, à época, por Kid Vinil, Lu Stopa, Fábio Gas, Trinkão e Jean Trad. Aqui, o clipe “Tô Sabendo”, gravado no teatro Lira Paulistana, palco da vanguarda da cidade, nos anos 1980:



 

Magazine: já na sintonia do new wave, com remanescentes do Verminose Ted Gaz, Lu Stopa e Trinkão. Aqui, o hit “Sou Boy”, videoclipe oficial:



  

Kid Vinil e os Heróis do Brasil: projeto mais blues, rockabilly e rockão. Eram André Christovam (guitarra), Kuki (bateria) Raska (ou Newton) no baixo e Ari Holland (teclados). Sem Vinil, a banda atacava do mais puro blues de Chicago, com o nome de Oldsmoblues. Aqui, “A fila do INPS”, em uma gravação amadora feita no Masp, em 1987 (a qualidade é péssima, mas é o que tem pra hoje):


  

Kid Vinil Xperience: após anos atuando como jornalista e apresentador em várias emissoras de rádio e TV e engrenar uma carreira de DJ, Kid volta aos palcos com a banda de apoio Xperiente: Carlos Nishimiya, na guitarra; Fábio McCoy, na bateria, e Marcello Morettoni, no baixo. Aqui, o hit do Magazine “Tic Tic Nervoso”, em apresentação do Sesc Sorocaba, em 2013:







(Fontes:  site oficial de Kid Vinil, Roque Reverso, algo de Google e o resto da cachola desse velho blogueiro)